Visita ao Casal Santa Maria em Colares
Mai 27

No último Sábado dia 12/4 a convite do novo representante dos vinhos Casal Santa Maria,a Lusovini, pela pessoa do Nuno Neves de Sousa, fomos fazer uma visita a este produtor da zona de Colares, uma Quinta com cerca de 8 Hectares de vinha plantada, fomos recebidos pelo enólogo Jorge Granate, e com ele ficámos a saber as castas que estão plantadas na Quinta, e de onde se fazem os magníficos vinhos do Casal Santa Maria. Foi-nos explicado pelo enólogo, que devido à temperatura, que nunca atinge valores muito altos,e devido à quase certa ausência de Sol na Quinta , as maturações se fazem lentas e prolongadas e que isso confere aos vinhos características únicas,constatamos o aproveitamento da agua que é feito na Quinta, através de canais e tanques, que vão servir mais tarde para a rega. São também por curiosidade a vinha mais Ocidental da Europa, com uma vista espectacular sobre o Oceano Atlântico. Segundo o enólogo, o estado vegetativo das plantas estava relativamente avançado em relação a outras regiões do País, sendo principal factor ao facto da temperatura ser homogénea tanto de dia como de noite, o que permite à vinha não sofrer com as baixas temperaturas que se fazem sentir noutras regiões do País, e com amplitudes térmicas mais altas. Tivemos o prazer de visitar em Fontanelas, vinhas acabadas de plantar segundo o método antigo, ou seja enterradas na areia, e de forma que as raízes atinjam a profundidade necessária para encontrarem a camada de argila que aí se encontra, onde a vinha vai buscar a tão vital agua para a sua sobrevivência, por falar em método antigo, visitámos também vinhas com mais de 150 anos, e que ainda por ali andam e produzem, coisa que eu nunca tal tinha visto nem ouvido falar, protegidas pelos canaviais que as defendem dos fortes ventos Atlânticos, e que ali estão para perpetuar os grandes vinhos que são os de Colares. Foi-nos também dito que nos passado muitas pessoas faleceram ao plantarem estas vinhas velhas, pois era preciso fazer buracos com cerca de 2 metros de profundidade para enterrar as vinhas, e havia frequentemente desabamentos de areia, ficando as pessoas soterradas e morriam por asfixia, anos mais tarde começou a utilizar-se um método que consistia em colocar uma cesta na cabeça, para que se acontecesse o desabamento se criasse uma bolsa de ar, que permitia dar tempo até que os colegas que estavam cá em cima, com pás pudessem retirar a pessoa com Vida.
Voltámos de novo à Quinta, onde fizemos uma visita à adega, adega essa que era uma cave onde o produtor o Barão Bodo Von Bruemmer, guardava antigamente os seus cavalos árabes, com excelentes condições, para a guarda dos vinhos, quer pela temperatura quer pela humidade, condições ideais para o repouso dos seus vinhos nas barricas,passámos de seguida à sala de provas onde provámos toda a gama do produtor,e onde se provaram algumas relíquias, tais como a Malvasia DOC de Colares, e o Ramisco, castas que pertencem ao património dos vinhos de Colares, provamos também uma casta que se dá muito bem com o clima de Colares um fantástico Pinot Noir, e Casal Santa Maria reserva branco, o melhor estava guardado para o fim quando fomos presenteados com a presença do produtor com 102 anos, que quis saber tudo sobre a visita e nos contou a sua História de vida e o que aquela Quinta representou na Vida dele, e ainda hoje é parte muito activa sobre tudo o que se faz na quinta, sem dúvida uma personagem única no mundo do Vinho Português, querem saber mais sobre a bela história do Barão???? vale a pena visitar e ouvi-la, Obrigado à Lusovini e ao Nuno Neves de Sousa!!!!!